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O direito à educação é lei no Brasil. Matricular o filho na escola e ter a certeza de que ele terá um aprendizado de qualidade é algo essencial para os pais. Mas até que ponto as crianças e adolescentes devem se arriscar para terem esse direito? Correr risco de vida não é o mais comum. Escrevo isso porque o Colégio Estadual Durval Ramos Filho, em Andirá, que atualmente atende cerca de 900 alunos, teve um de seus prédios interditado.

Segundo a diretora do colégio, Soraya Sala Ramos, o edifício chamado de ‘prédio de baixo’, que foi inaugurado em novembro de 1974, passou por uma vistoria no começo do ano pelo Corpo de Bombeiros, engenheiro da prefeitura, eletricista, engenheiro e funcionária do Núcleo Regional de Educação e todos confirmaram que a estrutura está frágil e que poderiam ocorrer conseqüências graves caso estudantes continuassem a frenquentar o local. “Já que o Núcleo Regional de Educação não repassou nenhuma declaração autorizando o funcionamento do prédio, ficou estabelecido que não haveriam aulas na instituição”, explicou Soraya.

Os alunos da 6ª, 7ª e 8ª séries que estudavam no prédio desativado, foram transferidos para o chamado ‘prédio de cima’, que teve todas as aulas reprogramadas para atender a demanda de estudantes. “No período matutino ficaram as turmas do Ensino Médio e 8ª série, no vespertino as 5ª, 6ª e 7ª séries e no noturno 5ª a 8ª séries, para maiores de 14 anos, Ensino Médio e o curso de Magistério, que até o ano passado era lecionado no período da manhã”, disse a diretora.


Problemas

Como pode ser observado nas fotos, foram feitas várias ‘gambiarras’ na fiação elétrica, para que ventiladores, tomadas e bebedouros funcionassem, o que causava choques nos alunos e grandes riscos de incêndio, nem extintores existiam caso acontecesse algo. Buracos no telhado estão por todas as partes, gerando infiltração e goteiras. Na maioria das salas de aula muitos pisos foram arrancados. Os banheiros estão destruídos, vasos sanitários foram arrancados deixando buracos no chão que servem de entrada para insetos e ratos.

Para complicar ainda mais a situação, a biblioteca e o laboratório funcionavam no prédio desativado. Quando um aluno necessita de algum livro, a responsável pela biblioteca, Luzia Cassimiro Barreto, vai até o ‘prédio de baixo’ seleciona os livros e leva para eles. O laboratório está interditado e sem previsão de instalação para um novo local. Além disso, muito lixo está espalhado pelo prédio, são móveis e objetos que não podem ser jogados antes que um membro do Governo vistorie.


Soluções

De acordo com Soraya, a reforma do prédio não é viável, já que o terreno onde está instalado o ‘prédio de cima’ é suficiente para a construção de mais oitos salas, que é o necessário. Ela também destacou que com a ampliação os alunos e professores não terão que transitar de um prédio para outro, pois a biblioteca, laboratório e a quadra poli esportiva ficarão no mesmo prédio, além de não ter que dividir os 18 funcionários e a verba destinada ao colégio, entre as duas instituições.

Alunos, professores e funcionários aguardam ansiosamente a solução desse problema que atinge toda a comunidade andiraense. O sentimento de tristeza é profundo quando passamos por aquele lugar onde deveriam ter crianças e adolescentes sendo educadas e, no entanto se encontra fechado. A diretora Soraya pede a colaboração da população e que entendam que a solução do problema não está relacionado à administração municipal e sim estadual e que está fazendo o possível para atender às necessidades dos alunos.

Fonte: Jornal Folha de Andirá - Janaina Polizel