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Violões, guitarra, teclado, bateria, trompete, trombone e outros instrumentos de sopro. E tem mais: atenção, carinho e mobilização da esperança. Tudo isso, dentro de uma mesma sala, de um mesmo ambiente. O Projeto Esperança, coordenado pela Prefeitura Municipal de Andirá, por meio da Secretaria Municipal de Ação Social está fazendo a diferença na vida de dezenas de crianças e adolescentes que, todos os dias, participam dos diversos cursos gratuitos disponibilizados. 

 

Considerado um dos lírios dos olhos do governo com relação à atenção social, o Projeto é uma referencia por ter um aporte metodológico humanizado, que busca instigar protagonismo e garantir aos alunos a convicção de que podem, sim, escrever a própria história. E a música tem sido um dos mecanismos usados para atingir este objetivo. É o que afirmou a diretora da instituição, Kelen Cristina Fernandes Barbezani. “Temos recebido muitos elogios dos pais pelo trabalho que realizamos com as crianças. A música, por exemplo, tem contribuído para que eles tenham interesse em vir para o projeto. A gente percebe que acalma eles, proporciona disciplina. É um trabalho muito importante”.

 

Três músicos profissionais, divididos em turmas diferentes, ministram a musicalização no espaço.  Murilo Lourenço Cabral, Instrutor da Marcial Municipal, é um deles. Ele, que tem vasta experiência com projetos sociais ligados às artes, diz que o aluno precisa ter prazer nas aulas, por isso, sempre deixa as crianças livres para brincarem com os instrumentos, fazerem sons livres, familiarizarem-se, antes do início de cada aula. “Trabalhei muito tempo na favela do Paraisópolis, em São Paulo, num projeto chamado Barracão de Sonhos. A música faz ter gosto por algo que faz bem, acalma. É importante deixar claro que o instrumento musical tem que ser a extensão do corpo”.  Já o professor de Instrumentos de Sopro, Guilherme Rubim, está muito contente com os resultados que já começam a frutificar. “A música ensina a disciplina, corrige postura, a concentração, ajuda a crianças a se construir como pessoa”.

 

Experiência e dedicação

 

A equipe conta, ainda, com o reforço e a experiência da musicista Gabriela Moretti. Ela atua desde 2008 em projetos sociais culturais no governo e já colheu muitos frutos que lhe encheram de orgulho. “Acho muito importante mostrar para a comunidade o desenvolvimento do aluno. Ele chega aqui, não de sabe nada e depois já estão tocando.  A gente investe mesmo. Eu tive várias experiências de alunos que hoje estão até tocando na igreja”, destacou. Mas a professora faz questão de destacar que o trabalho só surte resultados por que é preciso aplicar as aulas com doses grandes de carinho, compreensão e paciência. “Nem todos os alunos têm aptidão pra música. Uns pegam mais rápido; outros não conseguem pegar. Mas eu não excluo ninguém. Cada um tem seu tempo. A música pode operar grandes coisas na vida deles. Então eu tento ter mais amizade, tento criar vínculos, conhecer as histórias deles, conquistar com muito amor. Há alguns que tem hiperatividade e acabam sendo os que mais têm facilidades na música. Tem crianças que vem com muitas dificuldades pessoais de casa e acabam encontrando aqui, um importante porto seguro. Nosso papel é educar e amar”, resumiu.

 

Thiago Vinícios, 14 anos é um exemplo de dedicação e superação. Ele já está tocando violão há um ano. De acordo com a professora, é um dos que mais se destaca, com empenho nas aulas. “Nada é fácil. A gente começa do zero e de pouco em pouco vamos aprendendo”, disse  o aluno.  Já Paulo Henrique da Cruz, 14 anos, aluno dos cursos de violão e instrumentos de sopro, os professores são competentes e dedicados. “Estou aprendendo bastante aqui e estou me dedicando pra um dia virar um músico”. Tainara Tawani, 11 anos, é uma apaixonada pelo teclado. Desenvolta, ela falou o porquê do gosto pela música. “Desde pequena eu já tinha uma coisa com a música. Via meu tio tocar e sentia vontade de tocar também. Aqui, tenho a oportunidade de aprender mais”.

 

Política de atenção

 

De acordo com a Secretária Municipal de Ação Social e Primeira Dama de Andirá, Ana Lúcia Xavier, os trabalhos desenvolvidos no Projeto Esperança focam a humanização e proteção social. Ela destacou que as mais de 150 crianças e adolescentes que freqüentam a unidade têm acompanhamento periódico de vários profissionais. “Temos orgulho deste Projeto. A gente observa os resultados. É tocante poder ver o desenvolvimento social, cultural, de integração deles. Vamos buscar investir cada vez em melhorias nos instrumentos musicais, ampliando, ainda mais, o sucesso dos trabalhos”, disse.

 

 

Tiago Dedoné

Secretaria de Comunicação