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Atendendo várias reivindicações de moradores, a administração pública de Andirá determinou recentemente, a retirada de todas as Palmeiras Imperial da Avenida Goiás – centro, que ameaçavam cair sobre as casas colocando em risco a vida de dezenas de pessoas. “A queda de uma dessas árvores poderia causar estragos irreversíveis”, afirma a Secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico, Cleusa Ferreira da Silva Guimarães, baseada em laudos técnicos. Ela explica ainda, “Que o Ministério Público e a Câmara de Vereadores foram informados sobre a decisão e que, por ser espécie exótica, a Roystonea Oleracea, não necessita de licenciamento ambiental para ser derrubada”.

Outro dado considerado pela administração para cortar as palmeiras, foi a instabilidade do clima, que nos últimos meses teve alta incidência de chuvas e ventos fortes, o que poderia ter agravado ainda mais a situação.

A retirada das árvores plantadas na década 60, foi realizada por funcionários da prefeitura, com apoio da Copel, USIBAN, Defesa Civil e da empresa andiraense, Giroldo Comércio e Extração de Areia Ltda.

O problema se arrastava há anos e as medidas tomadas por administrações anteriores, não foram suficientes para tranqüilizar as famílias residentes no local, que diariamente conviviam com a preocupação de ter suas residências atingidas pelas gigantescas Palmeiras. Preocupação que nas noites de temporais transformava-se em pesadelo para muitas pessoas, temendo ser surpreendidas pela queda, enquanto dormiam.

“Graças a Deus o pesadelo acabou. Agora posso dormir em paz com minha família”, disse o empresário Fernando Giroldo, que mora com a esposa, dois filhos e o neto de 12 anos, na Avenida Goiás.

“Nas noites de vento a gente dormia nos fundos, por medo da palmeira cair. Sabíamos que não adiantava muito, mas acho que a tragédia seria menor. Ela tinha mais de 20 metros e pesava cerca de três toneladas. Agora estamos tranquilos”, ressalta o agricultor Antônio Wilio Bonacim.

“Sou proprietário de uma lanchonete na Avenida Goiás e temia que uma dessas palmeiras desabasse em cima dela, principalmente nos dias de maior movimento. Tem dia que estamos com mais de 200 pessoas na casa sem contar as que ficam nas calçadas. Me preocupava muito também com  meus pais que residem na Avenida. Se ela  caísse  não daria tempo sequer para eles saírem da casa. A atitude da prefeitura foi excelente”, desabafou o empresário João Demarchi Junior (Juninho).

“Graças a Deus estamos livres do pesadelo. Agora posso dormir tranquila. Foram inúmeras as noites que passei rezando, temendo que um gigante daquele caísse no quarto das crianças. Elas eram grandes demais!”, exclamou aliviada uma senhora que pediu anonimato.

“Tenho uma Palmeira com dez metros de altura pesando 2 toneladas, guardada. Se alguém quiser plantá-la  em frente a sua casa, é só me procurar. Não cobro nada”, brincou o vereador Nenê Bonacim, que apoiou  retirada das árvores.

“Foi com tristeza que tomamos essa decisão. A beleza da Avenida Goiás adornada pelas palmeiras era indiscutível. Mas estudos realizados pela administração anterior apontavam a necessidade de substituí-las. Conhecíamos a preocupação das famílias residentes no local e os riscos que corriam. Diariamente eram protocoladas solicitações de cortes, que se acumulavam na prefeitura. Por isso, logo que assumimos a administração decidimos solucionar definitivamente o problema. Por considerar as Palmeiras      patrimônio histórico, antes de cortá-las, encaminhamos projeto de revitalização à Câmara de Vereadores. Porém não houve necessidade de aprovação, por se tratar de prerrogativa do Executivo. Informamos o Ministério Público; IAP; Copel... Fizemos tudo dentro da lei e baseado em laudo técnico. Agora ouviremos os moradores da Avenida, para juntos decidirmos o tipo de arborização ideal ao local. Em seguida iniciaremos a revitalização. Preservar o patrimônio público, o glamour de nossas ruas e praças é importante e necessário, mas não há nada mais admirável que a preservação da vida humana”, lembrou o médico e prefeito José Ronaldo Xavier (PTB).


Conclusão do inventário sobre as Palmeiras realizado em 2007 pela prefeitura

As Palmáceas localizadas na Avenida Goiás, da Rua Mauro Cardoso de Oliveira a Rua Sergipe, foram plantadas no ano de 1962, depois ocorreu uma replanta na Administração seguinte e o plantio de mais duas, aproximadamente à oito anos.

Segundo literaturas, a espécie pode ser usada em canteiros centrais de avenidas, para plantio em linha ou parede transparente. Este canteiro deve ter sua largura de 5 metros. Para os plantios isolados ou em grupos, para parques e jardins, deve ser feito um estudo no local e do local, para determinar o espaçamento adequado e a disposição cujo diâmetro não pode ser inferior a 3 metros.

Com referência a calçada, sua largura é variada entre 2,18 a 2,80 metros e o revestimento com uma variação muito grande, e a maioria estrangulando a base das espécies plantadas.

As Palmeiras foram plantadas muito próximas do meio-fio e uma grande quantidade delas fazendo pressão sobre o mesmo e que neste estágio está servindo de calço para elas.

Com o estrangulamento da base das Palmeiras, suas raízes estão danificando todo o calçamento, o meio-fio e o asfalto ao seu redor, e as que estão em condições sanitárias melhores apresentam a emissão de raízes, mas logo interrompidas pela falta de solo na sua base.

Muitas destas Palmeiras com pouca base de sustentação pelo estrangulamento da calçada e apresentam inclinação, com risco eminente de queda, dependendo da intensidade dos ventos que antecedem a chuva.

A maioria delas apresentam danos mecânicos de variadas montas, (causados por, canivete, chave, carrocerias de automotores, pregos ou qualquer outro objeto) a maioria delas contaminadas por microorganismos e que a visualização externa e relativamente pequena, mas no interior de seu tronco o dano é maior, comprometendo a resistência de suas fibras ao longo do mesmo.

A identificação do patógeno é feita em laboratório, através do exame de lâmina.

Com estes danos mecânicos o valor comercial das Palmeiras é bem baixo e dependendo do local onde está localizado não dá para ser transplantada, devido o índice de pega muito baixo.

Com a falta de manutenção, para a coleta das folhas em estágio final vegetativo, os cachos, que já produziram frutos e o controle do ataque de lagartas, estas se apresentam com um aspecto bem feio.

Outro problema é a rede de energia elétrica e telefônica que atende as residências e casas comerciais, quando ocorre a queda das folhas, tem o seu fornecimento interrompido.

Com a mudança climática que está ocorrendo, devido à intensidade dos ventos que se apresentam, já ocorreram quedas de Palmeiras no passado, de folhas, causando danos matérias em casas e veículos automotores.

Para que em um período deste não apresente uma situação de danos maiores montas, recomendo a retirada das Palmeiras que apresentam inclinação e superiores a 12 metros de altura, e posteriormente a revitalização da avenida.

Engenheiro agrônomo Cleber Antonio Pavanelli - CREA- PR 13115/D.

Fonte: Da assessoria